quarta-feira, 8 de abril de 2009

Ciberespiões se infiltram em rede elétrica dos EUA, diz Wall Street Journal

NOVA YORK - Ciberespiões da China, Rússia e outros países invadiram a rede elétrica dos Estados Unidos e instalaram programas que poderiam ser utilizados para interromper o sistema, segundo reportagem do Wall Street Journal.

De acordo com o periódico financeiro, que cita fontes ligadas à segurança nacional que pediram anonimato, esse ataque teria sido feito com o objetivo de "navegar pelo sistema elétrico norte-americano e por seus controles".

Apesar de assinalar que os invasores não tentaram "danificar a rede de fornecimento ou a infraestrutura", as fontes alertaram que isso poderia ser feito durante uma crise ou uma guerra.

- Os chineses vem tentando mapear o plano de infraestrutura dos EUA, assim como os russos - indica uma fonte dos serviços de informação ao jornal, que também afirma que essa espionagem sobre as redes do país vem aumentando e houve um grande número de casos no ano passado.

Quem detectou a presença dos invasores foram os serviços de inteligência do país, e não as empresas. Essas agências temem que os ciberespiões tomem o controle das instalações elétricas, usinas nucleares ou redes financeiras via internet.

O jornal indica que as autoridades estão investigando as invasões e já encontraram um software que poderia destruir componentes estruturais e, segundo as fontes, além da rede elétrica, os sistemas de água e esgoto também foram mapeados.

- Nos últimos anos temos visto vários ataques a infraestruturas essenciais no exterior, e as nossas são tão vulneráveis quanto - afirmou recentemente o diretor de Inteligência dos EUA, Dennis Blair.

O jornal lembra que o governo do presidente Barack Obama prepara um custoso plano de proteção da rede elétrica e outras infraestruturas que poderia estar pronto na próxima semana e incluiria computadores de redes privadas.

Durante a administração do ex-presidente George W. Bush o congresso "aprovou fundos secretos de US$ 17 bilhões para proteger redes governamentais", afirma uma das fontes do jornal. O Pentágono gastou nos últimos seis meses US$ 100 milhões para reparar danos cibernéticos.

O jornal recorda um caso na Austrália em 2000, quanto um funcionário descontente usou o sistema informatizado para jogar 750 mil litros de esgoto nos parques e rios nos arredores de um hotel Hyatt.

A rede elétrica norte-americana é integrada por três redes separadas que incluem o leste e o oeste do país, além do estado do Texas. Em cada uma delas há milhares de linhas de transmissão, plantas elétricas e subestações, muitas delas conectadas pela internet, o que aumenta a vulnerabilidade do sistema.

O jornal diz que russos e chineses negam estar por trás da espionagem, mas fontes de segurança traçaram os caminhos usados pelos invasores e chegaram a eles.

- Isso é pura especulação. A Rússia não tem nada a ver com os ataques

à infraestrutura dos EUA ou de qualquer outro país do mundo - garantiu o portavoz da embaixada russa em Washington, Yevgeniy Khorishko.

Um portavoz da embaixada chinesa, Wang Baodong, afirmou que Pequim "se opõe firmemente a qualquer delito que destrua a internet ou redes informáticas", além de dizer que o país possui leis que proíbem essas ações e oferecer ajuda para responder aos ataques.

Fonte: Globo Tecnologia

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